Domenico di Masi em “Criatividade” diz:
“A arte e a religião foram, portanto, as duas grandes criações consoladoras esboçadas durante milênios da Pré-história e aprimorada durante séculos da História. Mas, se a arte pode oferecer somente algumas alegrias compensadoras para as dores existenciais, a fé num mundo depois da morte, além de exorcizar a duração demasiadamente breve da vida terrena, pode até descortinar a esperança de uma felicidade eterna, simétrica às atribulações padecidas na vida e perfeitamente de acordo com as aspirações humanas”
“Não há sorte incerta, rara, fugaz sobre esta terra que não se torne segura, plena e perene nas descrições paradisíacas”
“As figurações do paraíso, portanto, e a inexaurível criatividade que as colocariam constituem outras fontes copiosas de informação sobre como o homem teria desejado viver sobre a terra e sobre o que ele entendia por felicidade. Naquilo que nos diz respeito de forma específica, elas nos oferecem testemunhos indiretos originais para reconstruir não só as formas de criatividade que o homem produziu, mas também a relação ambígua de ódio e amor que ele manteve seja com o trabalho, seja como o ócio”