Ensaio Metafísico: O Narcisismo do Tempo
Uma súplica do TEMPO
Faz destoar neste momento
O grão que o pense
E remova o ausente
Tem, para tanto, a si mesmo
E a articulação de todos os entes
Hábil colapsa os a esmo
Fazendo despontar as setantes
Dentre estas a VIDA ( e a POESIA)
Dá-lhes afago continuamente
Dissolvendo sua magoa em água
E do oscilante capuz faz luz
Molda a HARNONIA da esfera
Que dança a sinfonia eterna
Da criadura
E dá sentido a sua à sua amargura
Revolve e sanfona a sorte:
Assopra os leques
E uma poeira discrepante
Que pólenvacila
E se plurifica em novos leques
Enche a sanfona do sopro
Que tece a tez da VONTADE
Num palco arisco,
O INSTINTO expele a teia cônica
Que repele progressivamente,
Cerca o ser contra risco.
Uma clareira para a vida atônita
Onde vaga e resguarda.
A seta lhe espeta o ímpeto
E imprime a continuidade
A ponto de deformar da carne o cerne
A perda tanto vocifera
Que o desespero
Vira esmero
Pelo circundante espelho.
A DOR acelera a espera
E a efusão do assustento
Tinge, para o sempre, a arena de SENTIMENTO
O visco que recobre o velame do surto
Faz a pontada resvalar
Ou direciona-a ao devido ponto,
E o escultor vento, escoar.
Faz espiralar toda a minúcia
Pelo vórtice da turbulência.
Dando contra a inexorável seta um bafo de astúcia,
Veste de ALMA a existência
Triunfa, então, o tempo
Ao, incessante, rasgar tal véu
Ferve daí uma corrente para remendo
Cujos halos cabe ao PENSAMENTO costurar
Confabula
Rasteja por todas as páginas
Mergulha
Vasculha
Rodopia até se prostrar
Diante do Narciso TEMPO.
E então que PENSAMENTO enovela SENTIMENTO
Para que não sucumba diante da beleza da força da VONTADE
Movida pela seta do TEMPO
Que faz poses para este ESPELHO
BIU
3/05/2003
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