A realidade é a construção de dada comunidade, tentando tornar o mundo inteligível. Por isso a literatura refrata esse real e, ao mesmo tempo, faz refletir sobre a consistência do real, sempre relativo e conjetural. É o mundo mesmo que solicita e suscita o poeta em nós. Um poema, um romance, são formas especiais de conhecimento do mundo humano; modos de transfigurar a experiência, no esforço de lhe dar a densidade de um sentido. Ponto de intersecção entre mímesis e poiésis: o barro e a mão do oleiro; na circulação das palavras, a seleção singularizada no poema – corpo novo que é imagem da permanente recriação do mundo.
Extraído do Ensaio "Mímesis e Poética: entre criar e imitar
de Lourival Holanda
(nº 62 da Revista Continente Multicultural- fev.2006)
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