12.1.05

Lapso

Lapso



A esfericidade deste momento inunda,
Inunda meu ser do puro pensar
Refletir, como reflete o lustre esférico deste quarto,
Reflete a janela, a misteriosa dor do parto.

A ausência desperta ao novo
Impele o espírito a ousar
E o grito explode incontido, a ecoar,
Dando vida às pétalas de pano.
Comovo-me.

Toda curvatura exige esforço
Desviar do caminho direto e permitir-se
Permitir a concavidade ciliar
E a convexidade da brasilidade feminal.

Biu
Carnaval 2004

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