28.10.05

Um mês e meio...

Delícia de Menina

Malícia, carícia: que delícia...
Sentimentos me acometem, regem
Minha existência de ti se enebria
Forças perante ti desfalecem

Olhares, movimentos atentos
Singelos detalhes a observar
Sina de caçador, intento
Desejos fulminantes saciar

Efêmera a dinâmica do impulso
Sutilezas que governam decisões
Preciso momento do bote aguço
Esperado contraponto de razões

“Ante o brilho do seu olhar,
A maciez de sua pele,
A delicadeza de suas mãos,
A turgidez de seus seios,
A forma afeminada de suas curvas
E de todo o seu existir
Como hei de resistir
Se minha sorte é tudo isto saborear”
José Mialichi



Restorno

Dicionários não servem
Ao não-palavra;
Não servem ao ignorante,
Descrente dos conceitos;

A crença na realidade deste chão
Independe de sua explicação,
Reside no simples tocá-lo
Com a simplicidade complexa do tato.

Faz-se o que diante do novo? Um bicho novo?
Mariposa?

Eis-nos atados á palavra
Como a mariposa a essas paredes.

Um gradiente de luminosidade é um conceito?
Alfabeto da escala de tons de cinza?

Simplesmente espera a aurora
De sua clarificação, paciente
Em sua limitação.

Navega pelos tons
Como por cidades
Ciente de que palavras
São detalhes, nuances, grãos de areia
No concreto deserto da realidade.


BIU
25/10/2005