27.12.05

Suspensões Dependuradas

poema mecanóptico-relativístico
A FORÇA DA POESIA É SUA RESULTANTE NULA
ESSE EQUILÍBRIO TOSCO
SUA LUCIDEZ FOSCA
E A SUFOCADA AGONIA DE FAZER-SE SEM SENTIDO,
ALMEJANDO O DESTERRO DO DESTINO INSOSSO,
COMO A VIDA DEPENDURADA NO RELATIVO
COM TODA SUAS NÃO-RAZÕES...

BIU
22-12-2005



Teso em suspensões ilusórias, do
caos temperado no limiar do medo
mãos dadas e distantes
de zero à cem por hora, dentro de que hora?

onde está pergunta meu coração duro
mas onde está o que responde minha alma...
essa fatalidade de viver para morrer?
esse sonho de não ter o que?
para que tudo isso
grampeador,
medidas,
grifos
traços
rolhas
percevejo
seusujeira
surrealismo infiel
nada é suficiente,
nada é estável
como poderia ser...
telefone
livros
maçanetas e chaves
ovos
leite
deus
barro
hummmmmmmmmmmmmm,

O telefone toca, o passáro toca
o corpo na grama toca
cêu azul, nuvem branca
limão, maçã, dedos
fins que não justificam os meios
tolice e seriedade, compromisso e atraso
câncer e hematomas
cubista mundo.

Imbecil mundo....

Zé Ortega