22.5.06

III


Pedra Dourada – Faria Lemos

Cidade pequena

Na praça de Farinha ao Menos,
Destroços de lemos e remos
Arpejam a jangada chegada
Toda esburacada de pedra dourada

A cidade faria, lemos
No parquinho da central ,
Destroçado,
Bons cidadãos se, ao menos,

Pendurasse cadeiras na corrente do balanço
(Cujos halos remanescentes oscilam em fase,
Assim como os cidadãos, em fase...
De jogar conversa fora
De segurar, sem questionar,
O queixo caído
De tanta emoção),

Prendesse tábuas de assento
No sobe-desce da gangorra
(Que nem sobe nem desce:
Permanece...
Inclinada como uma ponta enferrujada
Ao ar
E outra enterrada no liso da areia,
Aplainada pela chuva,
Sem ser brincada,
Enfiada na areia, inerte ao tempo,
Que, aliás, teima em não passar
No lugarejo enterrado na serra,
Num Sossego tremendo,
Sem pressa de mudar),

Colocasse o disco no eixo do gira-gira
E girasse, apenas girasse...
(Como o que sabe não poder decolar,
Mas interessa-se em conhecer
As redondezas do lugar de brincar
E brincar
No mundo tão pequeno
Panorâmico
Sujando-se da beleza do local
Girando
Humilde, mas consciente
De fazer parte de um projeto maior
E deixar a conformidade ignorante)

E acertasse o movimento basculante
Do brinquedo sem nome
(Assim como esta gente praça,
morando na paz de graça.
Gente evoluída que só:
Conversa e deixa o tempo passá,
Sem muita questão pra colocá,
Além de questioná se o tempo vai virá,
E se não tem mais o que fazê pra mó
De fazê a gente daqui dorá mais um tiquinho).

10-01-2006

Nenhum comentário: